domingo, 28 de dezembro de 2008

Não, minha vida não está entrando nos eixos, e não, de maneira alguma, 2009 NÃO vai mudar tudo.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Parati Para Mim


"Essa cidade morreu. A gente de fora, a gente veio e transformou tudo num shopping. Museu aberto e shopping. Quando eu cheguei aqui as pessoas abriam as portas de casa, botavam as mesas pra fora. Viviam as suas vidas sem essa humilhação. Hoje, foram expulsas pela grana. Viraram garçons, atendentes, vendem merda pra gringo comer, artesanato pra gringo levar. Os turistas engordando e cagando a cidade. As casas pintadas agora, mas perderam a alma. Sempre a porra da grana fodendo com tudo"

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Noite De Natal

Vinha-lhe uma dor fina, muito similar ao rancor - isto se não fosse o próprio -, que lhe despertava dúvida em relação à possibilidade de existir ainda alguma bondade neste mundo, nem que fosse mínima. Via-o - o mundo - como uma fruta que já passara de sua maturidade há algum tempo, como uma fruta podre. A podridão imperava.
Perguntava-se se valia a pena ser boa com um mundo que a tinha maltratado tantas vezes. Durante todo um ano, apanhara. Como se houvesse alguma força superior insistindo em pôr seu punho contra ela, fazendo-a sentir na pele as mais diversas dores, os mais diferenciados incômodos.
Questionava-se: algum dia isso havia de passar?
Deitada numa cama imensa, trancada num quarto escuro, ouvindo os ruídos de um ventilador velho e empurrando goela abaixo a cerveja já quente, ela desmoronava. Chorava, mas não sentia pena de si mesma. Apenas raiva. Raiva de tudo. Do mundo, do Deus, dos humanos.
Desabava sobre si mesma, e apesar de mundana, aquela raiva que sentia a alimentava.
Sentiu-se sem vida por uns instantes, mas era apenas sono. Adormeceu.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

"Dissestes que se tua voz tivesse força igual à imensa dor que sentes, teu grito acordaria não só a tua casa, mas a vizinhança inteira"

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

I Used To

"He was the ocean
And I was the sand

He stole my heart
Like a thief in the night

Dulled my senses
And blurred my sight

And I used to love him...
But now I don't
I used to
Love him
Now I don't.

I chose the road
Of passion and pain

Sacrificed too much,
And waited in vain...

I used to
Love him
But now, I don't"

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

"Fora então que Ulisses aparecera casualmente na sua vida. Ele, que se interessara por Lóri apenas pelo desejo, parecia agora ver como ela era inalcançável. E mais: não só inalcançável por ele mas por ela própria e pelo mundo. Ela vivia de um estreitamento no peito: a vida"

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sempre

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"Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua, vou chorar
E a cada volta tua, apagar
O que essa tua ausência me causou

Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
Na espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida"

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Por Toda A Minha Vida

E aos poucos você vai sumindo, assim como teu cheiro, tuas lembranças, tua pele, tua roupa, tua voz, tua risada; não mais daqui a algum tempo hei de lembrar de tuas piadas nem dos detalhes de todos aqueles momentos bons, nem do cheiro do teu sexo, nem do jeito que me olhava sempre que nos víamos, nem do jeito que me chamava, que me acariciava
Hei de esquecer, aos poucos, como numa tortura dolorosa, todos os apelidos carinhosos que me dera, hei de esquecer o jeito que nossas mãos se tocavam, o jeito que nossos olhares se encontravam
Você devagar há de sumir, há de sumir, provavelmente não voltará; se Deus quiser, não voltará, todas as lembraças ficarão no passado, que é o lugar onde devem permanecer, o lugar que lhes pertence;
Não mais hei de chorar, hei de esquecer, como numa lenta cirurgia de esquecimento, de como tirar você de mim, como numa terapia, vou esquecer, devo esquecer
Pode ser que a saudade não desapareça, creio que jamais desaparecerá, mas toda a vontade de você, toda a vontade de te ver, de te ter, todas as nossas lembraças vão desaparecer, têm de desaparecer, vão desaparecer, assim como você uma vez o fez.

O Eterno Retorno

"A décima segunda guerra mundial, como todos sabem, trouxe o colapso da civilização. Vilas, aldeias e cidades desapareceram da Terra. Todos os jardins e todas as florestas foram destruídas. E todas as obras de arte.
Homens, mulheres e crianças tornaram-se inferiores aos animais mais inferiores. Desanimados e desiludidos, os cães abandonaram os donos decaídos. Encorajados pela pesarosa condição dos antigos senhores do mundo, os coelhos caíram sobre eles.
Livros, pinturas e música desapareceram da Terra e os seres humanos ficaram sem fazer nada, olhando no vazio. Anos e anos se passaram.
Os poucos sobreviventes militares tinham esquecido o que a última guerra havia decidido.
Os rapazes e as moças apenas se olhavam indiferentemente, pois o amor abandonara a Terra.
Um dia uma jovem, que nunca tinha visto uma flor, encontrou por acaso a última que havia no mundo. Ela contou aos outros seres humanos que a última flor estava morrendo. O único que prestou atenção foi um rapaz que ela encontrou andando por ali.
Juntos, os dois alimentaram a flor e ela começou a viver novamente. Um dia uma abelha visitou a flor. E um colibri. E logo havia duas flores, e logo quatro, e logo uma porção de flores. Os jardins e as florestas cresceram novamente.
A moça começou a se interessar pela própria aparência. O rapaz descobriu que era muito agradável passar a mão na moça. E o amor renasceu para o mundo. Os seus filhos cresceram saudáveis e fortes e aprenderam a rir e brincar. Os cães retornaram do exílio.
Colocando uma pedra em cima de outra pedra, o jovem descobriu como fazer um abrigo. E imediatamente todos começaram a construir abrigos. Vilas, aldeias e cidades surgiram em toda parte. E a canção voltou para o mundo.
Surgiram trovadores e malabaristas, alfaiates e sapateiros, pintores e poetas, escultores e ferreiros, e soldados, e soldados, e soldados, e soldados, e tenentes e capitães, e corenéis e generais, e líderes!
Algumas pessoas tinham ido viver num lugar, outras em outro. Mas logo as que tinham ido viver na planíce desejavam ter ido viver na montanha. E os que tinham escolhido a montanha preferiam a planíce. Os líderes, sob a imposição de Deus, puseram fogo ao descontentamento.
E assim o mundo estava novamente em guerra. Desta vez a destruição foi tão completa, que absolutamente nada restou no mundo.
Exceto um homem, uma mulher e uma flor."

James Thurber
Amar, definitivamente, não é o suficiente.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Fera Ferida

Eu posso até ter deixado uma flor no seu jardim, mas você, em mim, deixou uma ferida.

Razones


(ignorem o vídeo, ouçam a música)

"Te echo de menos, le digo al aire, te busco, te pienso, te siento y siento que como tú no habrá nadie. Yo aquí te espero, con mi cajita de la vida, cansada, a oscuras, con miedo y este frío nadie me lo quita.


Tengo razones para buscarte, tengo necesidad de verte, de oírte, de hablarte.
Tengo razones para esperarte, porque no creo que haya en el mundo nadie más a quien ame.
Tengo razones, razones de sobra, para pedirle al viento que vuelvas aunque sea como una sombra.
Tengo razones para no quererte olvidar, porque el trocito de felicidad fuiste tú quien me lo dio a probar.

El aire huele a ti, mi casa se cae porque no estás aquí, mis sábanas, mi pelo, mi ropa te buscan a ti. Mis pies son como cartón, que voy arrastrando por cada rincón; mi cama se hace fría y gigante y en ella me pierdo yo.

Mi casa se vuelve a caer, mis flores se mueren de pena, mis lágrimas son charquitos que caen a mis pies.

Te mando besos de agua, que hagan un hueco en tu calma,
Te mando besos de agua, para que bañen tu cuerpo y tu alma,
Te mando besos de agua, pá que curen tus heridas,
Te mando besos de agua, de esos con los que tanto te reías"

Razones - Bebe

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

All By Myself

A diferença básica entre a mulher e o homem pode ser descrita por uma imagem: é como se, ao término de uma conversa esclarecedora e conturbada por telefone, daquelas que cutucam as feridas mais profundas de cada um, o homem desligasse sem nenhum ressentimento e seguisse sua vida, fizesse o que havia de fazer. A mulher, no entanto, continuaria ao telefone, mesmo depois do silêncio do gancho, agarrada, clamando por uma esperança, pensando que aquele silêncio que penetrava seus ouvidos e o toque macio de um plástico endurecido pudesse de alguma forma substituir aquele amor que acabara de desligar.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Não Me Deixam Sozinha

Vou furtando lembranças de todos eles. Anel de um, colar de outro, livro daquele que foi o mais especial. Há algum tempo, levava essas lembranças comigo. Colar no pescoço, anel no dedo, livro na bolsa. Hoje, decidi: as tenho, mas não devo guardá-las em mim.

domingo, 7 de dezembro de 2008

70ª

"Cansei

de tanto procurar
Cansei

de não achar
Cansei

de tanto encontrar
Cansei

de me perder...

Hoje eu quero somente esquecer
Quero o corpo, sem qualquer querer
Tenhos os olhos tão cansados de te ver
Na memória, no sonho e em vão...

Não sei

pra onde vou
Não sei


Se vou ou vou ficar
Pensei

não quero mais pensar
Cansei

de esperar


Agora, nem sei mais o que querer
E a noite não tarda a nascer
Descansa, coração, e bate em paz...
"


Fernanda Takai - Descansa Coração

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Psicografia

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Também eu saio à revelia
e procuro uma síntese nas demoras
cato obsessões com fria têmpera e digo
do coração: não soube e digo
da palavra: não digo (não posso ainda acreditar
na vida) e demito o verso como quem acena
e vivo como quem despede a raiva de ter visto


Ana Cristina César

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

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NÃO, NÃO e NÃO.

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