domingo, 29 de novembro de 2009

Egoísmo X Individualismo

"Todo mundo é egoísta" - Óbvio. Até porque quem não for egoísta não sobrevive: egoísmo é instinto. É preocupação consigo mesmo, com sua sobrevivência, com sua vida e com seu prazer. É claro que, acima de todos, está o "eu".

"Todo mundo é individualista, então?" - Êpa, amiguinho. Espere aí. Enquanto o egoísmo aponta para o instintivo, para o natural, o individualismo por sua vez se refere ao indivíduo na sociedade. É possível ser egoísta e não ser individualista. É possivel se pôr acima de todas as coisas, instintivamente, e preocupar-se com o próximo, sociologicamente. Tanto é possível que há exemplos aí para se dar e vender. Ao mesmo tempo, também não é impossível ser as duas coisas ao mesmo tempo: egoísta e individualista. Primeiro, porque o egoísmo já nasce com você. Já o segundo, bom... É só você ser imbecil o suficiente. ;)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

All The Lost Children

..............................................................Foto: http://i.olhares.com

Andava sob o sol forte das dez da manhã tentando acompanhar os passos largos de seu pai, que parecia a cada segundo mais distante. Apesar da dor, seus olhos amendoados brilhavam. Todos os seus anseios pareciam, momentaneamente, afogados por um pedaço de pão com manteiga e um pequeno copo de suco.
Tentava pôr a mão junto à de seu pai e tentar explicar-lhe a dor nos pés, pois não conseguia mais caminhar descalço sobre o chão quente. Mas a reação daquele homem, tão grande e de pernas tão largas, era sempre a mesma: continuar andando. E o menino, pequeno, sentia-se limitado por não saber falar. A saída que encontrava era continuar comendo, para que pelo menos por mais alguns minutos seus olhos pudessem brilhar.
Entretido pela fome, esqueceu-se da ardência nos pés e pôs-se a seguir o ritmo de seu pai, mesmo que, para ele, aquilo fosse impossível.
Com seus cabelos grandes borrando sua visão, as mãos ocupadas e os pés a arrastar no chão, permitiu-se fazer parte daquela metrópole insana e daquele calor que o tomava por dentro, mesmo sem ter consciência alguma.
À medida que caminhava, foi sumindo, magro, pela avenida, tornando-se cada vez mais pequeno e chegando, em um certo momento, a tornar-se um menino invisível.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A Origem de Um Monstro

"Não existe abordagem médica, só policial. Ninguém se interessa em descobrir a origem de um monstro." Diogo Moreira Nogueira Lima, 22 anos, ex-estudante de Medicina da UFBA, acusado de pedofilia e preso na última terça-feira.

Dentre os diversos casos de pedofilia que já chegaram aos meus ouvidos, reais ou fictícios, esse foi o único que me chamou especial atenção. Primeiro porque, hipocrisias à parte, é impactante saber que um estudante de medicina de uma renomada universidade federal tem a prática de abusar crianças. Não digo que isto não poderia acontecer sob tais circunstâncias, claro que poderia - tanto que aconteceu -, mas como participante de uma sociedade hipócrita, confesso que a imagem que tenho de um pedófilo é de um homem desequilibrado, sem rumos e sem qualquer afirmação social.
O segundo ponto que fez com que eu voltasse minha atenção e meus pensamentos ao caso do estudante de Medicina foi uma das falas dele, que está no início dessa postagem. Homem inteligente e calmo, segundo seus colegas de faculdade, Diogo tem senso crítico afiado. Ele reconhecia seu problema, apesar de não conseguir controlá-lo: buscou na medicina um escape.
E a medicina deve ser a solução não apenas para o caso de Diogo. Sabe-se muito bem que a perversão é involuntária: o pedófilo não consegue se controlar. Entretanto, não se sabe ao certo o que causa esse impulso. Diz-se que todo pedófilo é pedófilo porque foi molestado na infância, mas será? Suponhamos, então, que Diogo tenha sido molestado na infância por seu pai. Sendo pedófilo, então, seu pai também deve ter sido molestado na infância, por outro pedófilo. Que deve ter sido molestado na infância, por outro... Mas o que teria dado início a tudo isso? O que poderia ter impulsionado a formação do primeiro pedófilo?
Como se trata de uma atração involuntária, similar à que ocorre entre os heterossexuais e os homossexuais, acho plausível se justificar a pedofilia através de um fator biológico. Como disse Diogo ao ser preso, é necessária uma abordagem médica. É necessária uma pesquisa em torno dos fatores biológicos da pedofilia, porque punir não é o suficiente: pedófilos são doentes. Óbvio que não se deve ignorar o fato de eles prejudicarem as crianças que molestam, mas também não se deve negligenciar a doença. Quem é pedófilo não escolhe ser pedófilo: a monstruosidade tem uma origem.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

One Year Ago


"There's something I have to say to you, if you promise you'll understand. I cannot contain myself when in your presence. I'm so humble... Just touch me: don't hide our love woman to man.
Just open the door, and you will see: this passion burns inside of me. Because there's something about you, baby, that makes me want to give it to you... But promise me: whatever we say, whatever we do to each other; for now, we'll make a vow to just keep it in the closet."


MJ - In The Closet

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Duas Vidas


Foto por Jen Lee

"Temos todos duas vidas:
A verdadeira, que é a que sonhamos na infância
e a que continuamos sonhando, adultos,
num substrato de névoa;
e a falsa, que é a prática, a útil,
aquela que acaba por nos meter num caixão"


Álvaro de Campos.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

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E se ser bom é ser injustiçado, eu prefiro a injustiça à maldade.

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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Quem vive de passado?

Sempre pensei nessa dualidade - que em muitos momentos se mostrou, na verdade, cumplicidade - entre esses dois grandes campos do conhecimento, Humanas e Exatas. Mas, de tanto pensar, nunca tive coragem de transformar isso em texto. Discorrer sobre assuntos que estão sempre presentes em minha mente me amedronta, de uma certa forma. Se o desconhecido me assusta, acho que o cotidiano me dá ainda mais medo.
Pensar em humanas me remete imediatamente ao nosso interior mais profundo. Em tudo que há de subjetivo e poético em nós, tratando-se inclusive da própria história. E, ao meu ver, em segundo lugar no ranking de importância das humanas, está a História. Vindo depois da Filosofia, a História representa tudo aquilo pelo que passamos e como nos tornamos o que somos hoje. Compreende os caminhos tomados pelo homem para este chegar ao nível ao qual chegou, e compreende também os caminhos que iremos tomar, já que o presente é o futuro passado.
Mas vamos sair da História e entrar na Matemática. Sem dúvida, a linguagem do universo: desde sempre. A Matemática é a mãe das outras ciências: química e física. Ambas são filhas dependentes: estudá-las sem compreender a matemática é suicídio.
Durante a História da humanidade, a ciência deselvolveu-se de forma iversamente proporcional à evolução humana, no sentido de sociedade e de compreensão. A Física desvendou a mecânica e criou as máquinas, enquanto a Química se encarregava de transformar as substâncias e descobrir o fundamento primeiro, aquele que a Filosofia tanto procurava com os filósofos de Mileto: o átomo. Enquanto isso, as Guerras Mundiais ocorriam e, além de pessoas morrendo, havia pessoas sendo duramente exploradas.
Pelo escrito até agora, elas pareceram andar juntas a maior parte do tempo, não? Sim, pode-se afirmar que sim, mas hoje em dia temos um quadro completamente distinto. Exatas e humanas não só distanciaram-se: tornaram-se rivais. Enquanto a Química, a Biologia, a Física e a Matemática imperam, as Humanas se arrastam, esgotadas, à procura de um espaço. Tentam mostrar que durante um tempo elas foram a base do que temos hoje, e que em se tratando de problemas sociais - o que mais se tem atualmente - elas podem ter a solução. Mas ninguem as ouve, porque a reflexão foi barrada. Atrelada à suprema economia, o campo das Exatas reina. Não valoriza aquela que foi um dia sua irmã, e a deixa desaparecer enquanto esquece que os próprios humanos, tortos e cheios de defeitos, descobriram e deselvolveram a tão amada ciência.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Só enquanto eu respirar


Já faz mais de um ano, meu amor. Faz mais de um ano que eu, boba, cometi o maior erro de minha vida. Mais de um ano daquela noite em que, vitimada, fiz mais outras vítimas: eu e você. Há mais de um ano estou inerte, me deixando levar por uma paixão que não tem para onde ir porque não tem como se sustentar. Porque, sabemos e sabíamos muito bem: nós somos impossíveis. Irrealizáveis. Mas não me basta, meu amor, eu insisto. Já te disse: vou te seguir aonde quer que você vá. E você pode casar com uma, duas, três. Cinco, dez, mil. Mas não vou sumir, e não digo materialmente: digo espiritualmente. E você pode acreditar que eu sinto muito. Só te guardarei aqui dentro de mim enquanto eu respirar.

sábado, 1 de agosto de 2009

Conclusão:

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Palavras podem falar sobre números
Números não podem falar sobre palavras


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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Mijo Reciclado

.............................................................Fonte: UOL imagens

Minha revolta com o mundo moderno e sua cultura de ostentação não vem de hoje. Desde pequena, assistindo à não popular mas consicente TV Cultura, eu já demonstrava meus questionamentos e inocentes alfinetadas a essa cultura que com certeza gasta mais com maquiagem que com saneamento básico. Agora há pouco, assistindo ao estúpido Jornal Nacional, da mais estúpida ainda emissora Globo, me deparei com uma notícia que, apesar de já ter sido apresentada como uma previsão - assim como tantas outras, vide aquecimento global - em Não Verás País Nenhum, de Ignácio de Loyola Brandão, me surpreendeu: os astronautas hospedados no espaço há não-sei-quantos meses desenvolveram o que há de mais hi-tech: mijo reciclado. Arram, eles bebem - e, daqui a algum tempo, nós beberemos - mijo reciclado.
Vamos recapitular?

"
'Se está apertado, vá ao Posto Apropriado', diriam (...) Os postos apropriados correspondem aos antigos mictórios públicos, reconcidcionados, cheios de sofisticada maquinária própria.
(...)Os postos dão conforto, você fornece a urina. Para freqüentá-los é necessário um exame médico rigoroso, análise detalhada dos rins e da bexiga. Comprovada sua boa saúde, o cidadão privilegiado recebe a Ficha de Utilização para o Posto Apropriado, FUPA.
A sua urina é comercializada. Com a falta de água, aparelhos recolhem a urina saudável numa caixa central, onde se procede à reciclagem. Há mistura, tratamento químico intenso, filtragem, purificação, refinamento, transformação. A urina retorna branca, pura, sem cheiro, esterilizada. Dizem que dá para beber."
Trecho de "Não Verás País Nenhum" , pg. 33 - Ignácio de Loyola Brandão

Eis o processo de transformação de mijo em água. Água de beber. De beber?
As extravagâncias e a falta de consciência do mundo moderno, estas por sua vez estimuladas pela tecnologia a cada dia mais avançada, criaram um cenário catastrófico. Fedor, calor, caos. Comida artificial, mijo reciclado. E alguns anos antes, mais precisamente em 2009, o Jornal Nacional comemora a descoberta da "nova água" que, como outras descobertas espaciais (ferramentas movidas a bateria, relógio digital) provavelmente será utilizada pela humanidade, se seguir o mesmo tempo das outras invenções, daqui a uns cinqüenta anos. Bom, o meu maior desejo, neste momento, é morrer aos sessenta e sete.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

To love is to suffer


"Natasha, amar é sofrer. Para evitar o sofrimento, não se deve amar. Mas, então, sofre-se de não amar. Portanto, amar é sofrer... Não amar é sofrer... Sofrer é sofrer. Ser feliz é amar. Para ser feliz, então, deve-se sofrer; mas o sofrimento nos torna infelizes. Então, para ser feliz deve-se amar, ou amar para sofrer, ou sofrer de tanta felicidade."

Trecho de "Love & Death" - Woody Allen

sábado, 4 de julho de 2009

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Do menino ao mito - A produção e o produto

Quem me conhece sabe que eu nunca fui fã declarada do Michael Jackson. Na verdade, nasci depois de seu estouro, e "convivi" com um artista que parecia ser intrínseco à cultura pop, à música em geral; parecia ter estado sempre ali, e parecia também ficar para sempre.
Entretanto, sua morte me comoveu de uma maneira que eu não esperava. Claro que minha reação não foi igual àquela que tive com a morte de Cássia Eller, mas a repercussão da morte dela não chegou nem aos pés do que a morte do Michael causou. Ele simplesmente parou o mundo. Além do mais, seria pecado deixar passar em branco o legado de um artista como ele. Apesar de não gostar muito da cultura pop, e admitir isso com a maior tranquilidade, eu acho que ao falar de Michael Jackson não estamos tratando de apenas um mito do pop, mas de um mito das artes e da música em geral. Ele simplesmente revolucionou.
Voltando aos fatos, todo esse alarde acerca da morte do Rei me fez pensar naquela pessoa estranha por trás do astro, naquela vida estranha por trás dos escândalos, e em como o ser humano tem a capacidade de focar nos defeitos e ignorar a supremacia.
Michael Jackson, além de produtor, foi produto. Produto de um pai obcecado pelo sucesso do grupo dos filhos, o Jackson Five, ao ponto de espancá-los para que ensaiassem continuamente. Produto da própria cultura pop que ele acabou por produzir, já que iniciou sua carreira solo no fim do punk e no início do new wave. Produto da revolução tecnológica que estava eclodindo. E justamente por ser um supetrastro pop, superprodutor de clipes revolucionários que engataram a história da MTV, criador de passos de dança surreais, pai de todo um novo lifestyle, Michael se tornou o principal alvo daqueles que deveriam admirá-lo.
Apesar de produtor de um trabalho artístico que agrada o mundo inteiro, ele era discriminado justamente por sua excentricidade. E voltando à sua infância e ao pai alucinado (que, por sinal, deveria tomar vergonha na cara), é mais que óbvio que todos os seus problemas físicos e psicológicos que acabaram por desaguar em sua excentricidade e mais tarde em sua morte se devem à criação maluca que teve. Se devem principalmente à ausência de infância, aos maus tratos do pai e à inveja dos irmãos. É uma família que desde sempre se mostrou invejosa e predadora - vale relembrar o anúncio, de hoje mesmo, que o pai de Michael fez sobre a abertura de uma nova gravadora por parte dele. Isso durante uma entrevista coletiva sobre o funeral do filho, hein?
Michael, então, cresceu no meio de duas estradas: uma apontava para o super-homem, o superastro, o rei do Pop. A outra, refletia aquele menino frágil, que não teve infância e acabou por ser criança até o dia de sua morte. Eis que ele chegou ao fim de sua vida como o rei do pop, coroado oficialmente, mas com olhos e alma de criança. Sua paixão pelas crianças - não falo aqui de pedofilia, até porque o menino que ele supostamente molestou desmentiu tudo e o inocentou alegando que foi golpe do pai - não era à toa, por mais que ele justificasse apenas com o argumento de que elas são o futuro da humanidade.
O mundo que agora lamenta sua morte foi responsável, assim como seu pai, tanto pelo superstar king of pop com seu legado insuperável quanto pelo eterno menino frágil em todos os sentidos que foi o Michael Joseph Jackson.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

pra você.

me sinto tola na escuridão do quarto
perdida nas lembranças lavadas pelo tempo

teus olhos somem em minha memória
enquanto a chuva, que cai dos meus, me acompanha noite adentro

mais um ano se passou
a duras penas
e a saudade ainda me habita
assim como o teu nome.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Danço eu, dança você

"Poderia até pensar que foi tudo sonho.
Ponho meu sapato novo e vou passear...
Sozinho, como der, eu vou até a beira
Besteira qualquer... Nem choro mais.

Só levo a saudade, morena
é tudo que vale a pena."

LH - sapato novo

quinta-feira, 11 de junho de 2009

[Valentine's Day] Carta a Papai do Céu

Querido Papai do céu,
aqui quem fala é vossa amada filha, Nina, que graças ao Senhor nasceu abençoada com diversas habilidades. Entretanto, desde que começou sua vida social, por volta dos doze anos, Nina vem tendo sérias dificuldades no que se trata de HOMENS. Amanhã, como Vsa. Senhoria deve saber, é comemorado o Dia dos Namorados e, apesar de ser mais uma data comercial, também pode ser considerada vossa criação. Então, meu Deus, peço que tenha uma conversinha com vosso filho Jesus Cristo - meu amigo, inclusive; pergunte se ele lembra do encontro que tivemos nos meados do ano passado - e peça a ele um milagre: que surja um homem bonito, inteligente, sensível, maduro e sem complicações no que se trata de enrolação com ex-namorada ou algo do tipo - até porque isso parece ser meu carma. Ah, agradeceria muito se, além de possuir todas essas características, ele tivesse mais que dezoito anos.

É isso, Senhor. Como pôde observar ultimamente, venho me esforçando para ser uma boa menina; pelo menos no que me cabe, tento fazer o que for melhor para mim e para o mundo. Por isso, pelo amor de Jesus, vosso filho, pense com carinho no meu pedido e tente realizá-lo o mais breve possível.

Com carinho e muito amor,

Nina Lacerda Silva Bastos.

PS: Ah, a Bíblia é linda, viu? Parabéns.

Caetano says:

"O fato de os americanos desrespeitarem os direitos humanos em solo cubano é por demais forte simbolicamente para eu não me abalar"

...............................

Momentânea

Às nove da manhã eu te odeio. Odeio o barulho de arma de fogo e dos fogos de artifício. Odeio o sol estonteante, odeio o barulho da obra na casa ao lado, e penso o quanto a vida às vezes dificulta as coisas. Esperar-te-ei por mais meia hora, por mais meio ano. E o que somos nós, afinal?

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Você vai me cegar, e eu vou consentir


Eu vou te seguir aonde quer que você vá.
Eu vou te servir: vou me curvar.
Eu vou resistir, mas vou me acostumar.
Vou te agredir, vou te adorar, vou te sorrir.
Vou me enfeitar e vou te seduzir, te possuir, te enfernizar.
Vou te trair e vou te beijar.
Eu vou te cegar, e você vai consentir.
Eu vou conseguir, enfim, te apunhalar - vou te velar, chorar,
te cobrir e te ninar.

Chico Buarque Adaptado

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Sobre a tecnologia e seus malefícios

Encontramo-nos hoje numa era tecnológica, maquinária, computadorizada. Há, em detrimento dos valores humanos, uma supervalorização da praticidade: apertam-se botões que trazem o instantâneo. Rápido, prático, fácil. A máquina substituiu o homem? Está substituindo, sim, e tornando-o também máquina. Contudo, inversamente à praticidade da vida contemporânea, a maquinização do homem não ocorreu ao apertar de um botão: foi ela resultado de todo um processo histórico que, pode-se dizer, iniciou-se com a Revolução Industrial.
Iniciada nos meados do século XVIII, a Revolução Industrial teve sua eclosão no século XIX: a crescente burguesia, ávida por maiores lucros, implantou, com a ajuda do avanço científico da época, maquinários a vapor que drasticamente revolucionaram o modo de produzir. Eis que, com tal revolução nos âmbitos científico e econômico, afetou-se também, obviamente, a estruturação da sociedade: a ganância dos capitalistas fez com que homens, mulheres e crianças fossem explorados, sendo assim sua força de trabalho apropriada e suas necessidades humanas expropriadas.
A partir daí, ao contrário do que seria sensato, a humanidade caminhou para uma desenfreada evolução tecnológica, contrapondo-se à involução humanitária: à medida que a desigualdade social triplicava, nasciam novas formas de tecnologia: computadores e "brinquedos" tecnológicos cada vez mais elaborados contrastavam com a pobreza que parecia mais acirrada a cada dia.
Entretanto, historicamente é necessário que se reconheça um relativo avanço dos direitos humanos na contemporaneidade se comparados àqueles da era industrial. Teoricamente, não se pode mais explorar mulheres e crianças. A jornada máxima de trabalho é de 8 horas por dia. Os trabalhadores têm direitos trabalhistas e têm o direito de lutar por eles. Ou seja, apesar da "ditadura" neoliberal sob a qual a humanidade está posta atualmente, há, pelo menos na teoria, a preocupação, ainda que mínima, com os valores básicos humanos.
Agora notavelmente faz-se necessário, uma vez que o primeiro passo foi dado, seguir adiante. O avanço tecnológico é irreversível? Sim. No entanto, pode-se pôr ao lado dele o também avanço e valorização das questões humanas: uma vez sendo humanos, jamais poderemos deixar de sê-lo.

POST NOTE: Ô, povo, isso foi uma redação colegial. Descontar por favor as primárias alusões histórias, ok?

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Educação & Consciência

Ando meio confusa ultimamente em relação a um tema especial que, querendo eu ou não, faz parte do meu cotidiano: educação. Mas o que seria educação, afinal? O que a educação realmente significa?
Bem, estou lendo um livro com o qual me identifico bastante, "Educação do Homem Integral", de Huberto Rohden. Falecido em 81 (eu nem sonhava em nascer), foi educador, filósofo e teólogo. Tirando essa última profissão, as duas primeiras muito me interessam.
Rohden escreveu em 69 a primeira edição do livro, que serviu de uma certa forma como "instrução filosófica" para o educador. No entanto, depois de alguns anos de experiências e reflexões, reelaborou o seu conteúdo. Como o próprio diz, na "Explicação Necessária", deixei de parte o programa oficial da alo-educação, legal e social, e me limitei à auto-educação individual. Ou seja, ele concluiu que a educação só é possível partindo de si para si, e não do outro para si. Perpassa por aí a questão da consciência.
A educação que vigora nos dias de hoje é apoiada em duas bases: moral e ciência. Igreja e Estado. Instrução. Educação é instrução? Não. Educação vai muito além do "saber como seguir no mundo". Como se virar. Educação é aquilo que faz o homem se conhecer por completo, saber de sua existência, de seus medos, de sua essência. É a compreensão dele mesmo e do mundo que o cerca. Então, questiona-se: há hoje em dia uma verdadeira educação?
Com uma sociedade apoiada nos pilares positivistas, uma educação integral não é possivel. Educação, etimologicamente falando, significa "promover o diálogo". Diálogo? Hum, na maioria das instituições escolares essa palavra é desconhecida. Até porque, vejamos, a competição está aí. Tempo é dinheiro. Dialogar gasta tempo, logo, gasta dinheiro. Creio que os grandes empresários e e seu belíssimo sistema não querem isso, não é? Sem falar que, dentre outros benefícios, o diálogo também gera consciência. E, pfff, consciência? Nos dias de hoje? "A ignorância é uma bênção", não? Quanto mais se vê, mais se sofre. Melhor ser um capacho dos conglomerados capitalistas.
Tem-se em vista então que toda essa problematização acerca da educação não se trata de um simples problema estrutural, mas sim de questões que estão intrinsecamente ligadas. Não é possível modificar a educação sem antes modificar a sociedade. E não se modifica a sociedade sem antes modificar o homem. O que modifica o homem? A educação, a consciência. Temos aqui um problemão, não?

terça-feira, 31 de março de 2009

quarta-feira, 25 de março de 2009

Esquerda no Brasil

Bom, o que é ser de esquerda no Brasil? É gostar de Marx? É usar camisa do Che Guevara? É pichar nos muros da cidade "ABAIXO A DITADURA"? É achar Obama gatinho? Não, não.
Ao tentarmos definir o que é a esquerda brasileira, entramos numa questão muito complexa e ao mesmo tempo muito simples. Muito complexa porque tem muita gente que acha que ser de esquerda é obrigatoriamente ser comunista. Não. Ser comunista é defender um modelo de sociedade ideal, na qual haveria uma convivência harmoniosa entre todas as pessoas, igualdade absoluta. Ser de esquerda não é sonhar com a sociedade perfeita; é enxergar e tentar mudar os defeitos da nossa sociedade.

Exemplifiquemos com o que nos está próximo: atual crise do sistema neoliberal. Como se sabe muito bem, quando eclode uma crise é porque algo não estava indo bem, é porque faz-se necessário consertar alguma coisa. Pois vejamos, "crise do NEOLIBERALISMO". Se quem está em crise é o sistema neoliberal, quem conseqüentemente precisa ser modificado, ou exterminado? O Neoliberalismo, ora pois. E o que é o Neoliberalismo? Em palavras simples, a farra do mercado, a mão invisível do Estado. Então, se esse sistema que visa apenas a alimentação do mercado e desconsidera problemas sociais entra em crise, o que se conclui? Que é necessária uma interferência maior - ou existente, digamos assim - do Estado. Mesmo que se tenha criado o Estado intervencionista pós-29, faz-se necessária agora a sua reelaboração.
Conluindo, camaradas, ser de esquerda é isso. Como disse Emir Sader, a característica da esquerda brasileira contemporânea é ir de encontro aos paradigmas neoliberais. E eu assino embaixo: enquanto Olavo de Carvalho & cia sonham com a vida infinita desse sistema predatório, eu, o Emir Sader, a crise de 2008 e a (verdadeira) esquerda do Brasil gritamos: Neoliberalismo, BYE BYE!

terça-feira, 24 de março de 2009

"Matar é como cortar as unhas dos pés. A princípio, a mera ideia dá-te preguiça mas depois vês que foi muito mais rápido do que imaginavas.
E achas que passará muito tempo antes de voltares a cortá-las; só que quando menos esperas, elas já cresceram de novo."


Almodóvar

quinta-feira, 19 de março de 2009

Tibetan Freedom

Hoje vi um filme sobre o qual já tinha ouvido muito, "Sete Anos no Tibet". Apesar de já ter estudado o Imperialismo e conseqüentemente a dominação chinesa sob o país budista, não tinha me envolvido emocionalmente nem tomado conhecimento tão profundo da cultura tibetana. De uma sensibilidade imensa, o filme, que é baseado na autobiografia da personagem principal, Heinrich Harrer, mostra o quão rica e lúcida é a cultura teocêntrica do Tibet.
Marxista que sou, sempre critiquei muito a religião: já fui atéia, inclusive. Hoje em dia não sei definir esse meu campo, apesar de me questionar cotidianamente sobre a existência ou não de um deus.
Retomando o filme, além deste mostrar, como já disse, a imensa maturidade do povo Tibetano - que, por sinal, tem como uma de suas maiores virtudes a paz -, "Sete Anos no Tibet" me fez refletir sobre esse entrosamento entre culturas distintas, principalmente o ocidente com o oriente. Tornou-se perceptível no filme a diferença principal entre estes dois pólos mundiais: a preocupação com o espírito, com o ser. O ocidente, tomado pela ganância e pela supervalorização das capacidades humanas, esqueceu de olhar para o interior do homem. O oriente, por sua vez, valoriza o ser e o espírito acima de tudo: pouco importam os feitos grandiosos que se pode realizar, é necessário saber tornar grandioso mesmo o menor dos feitos.
No momento em que Heirinch chega ao Tibet e começa a cultivar uma amizade com o 14º Dalai Lama, Tenzin Gyatso, ocorre uma rica troca de culturas, experiências, conhecimento. Tenzin mostra saber muito bem conciliar a utilidade da cultura ocidental com a espiritualidade da cultura oriental. E, ao ensinar o ocidente ao jovem amigo, Heinrich sobretudo aprende com ele.
A história termina infelizmente com a ocupação da China comunista, pós IIª Guerra, no Tibet. A partir daí, inicia-se um período de genocídio e etnocídio vigente até os dias atuais. Deste modo, a própria ação imperialista da China ressalta mais uma vez uma das adversidades não só entre o oriente e ocidente, mas entre toda a humanidade: por ser budista, regido por um Estado Teocêntrico, o Tibet sofre as conseqüências da ganância cega, atéia da China comunista: não se aturam diferenças. Como certa vez o disse Otto em uma de suas músicas, eu repito: Free Tibet, para mim, é pessoal.

Sobre as doenças pós-carnaval & a ditadura da felicidade

Vivemos numa província: fato. Província que, apesar de esquecida não só pelo resto do país como também por si mesma na maior parte do ano, nos 6 dias que consistem o Carvaval ela se torna simplesmente "o estado mais amado do Brasil". Bonito, não? Chegam os turistas, hospedam-se, banham-se em nossas praias, comem nossos acarajés, pulam frenética e ininterruptamente nosso (?) Carnaval, sujam nossas ruas, consomem nossa energia, nossa água, nossa internet, nosso telefone... E vão embora. Felizes da vida. Eis que eles vão, mas não se vão por completo. Deixam lembranças: doenças. Vírus. Bactérias. E nós, sortudos, que moramos nesse império da alegria, contraímos seus "presentes".
Mas não, não se enganem: a culpa não é do turista. Culpa, não. Melhor dizendo: responsabilidade. Pois então, a responsabilidade não é deles. É dos "amigos" que administram este estado mais amado do Brasil. Então, cadê a capacidade de suportar tanta gente, hein? Cadê a nossa infra-estrutura? Cadê o planejamento não-realizado da cidade? E por fim, onde está a estrutura que intrinsecamente pede saúde pública de qualidade, responsável por toda a nossa população afetada? Simplesmente é quase inexistente.
Das epidemias, portanto, surge um problema mais grave: a morte. Morte não por sina, não por acidente: morte por falha administrativa. Morte porque, desde os tempos coloniais, impera-se neste Brasil, e, por razões óbvias, particularmente na Bahia, uma ditadura burra. Uma ditadura que prega a felicidade. A felicidade falsa: a felicidade que aliena, que ignora, que mata, que exclui.

Devagar

_____________________________________Foto: Stefan Rohner

Acordava, espreguiçava-se, caminhava, banhava-se devagar.
Secava-se, vestia-se, escovava-se, maquiava-se devagar.
Comia, pensava, movia-se, sentava-se devagar.

Observava-o devagar.
O tempo passava devagar.
O mundo parecia devagar.


Sentia devagar, amava-o devagar.
Entregava-se, aos poucos, devagar.

Sobre o medo de pensar

É engraçado como há dias em que se para e se pensa. O cotidiano que hoje se apresenta em nossas vidas acabou por aniquilar a própria experiência existencial: não se vive mais, mata-se o tempo. Por isto mesmo, os dias em que se para e se pensa são extremamente especiais. A constatação do mundo à nossa volta não é algo que se revela todos os dias. O costume faz com que esqueçamos que estamos no mundo, e não pior que isso, que esqueçamos o quão fantástico e complexo este mundo é.
Os carros, os estudos, o trabalho, os filhos, as contas a pagar, os serviços a prestar, os horários a cumprir: são estas tarefas que nos aniquilam a capacidade de reflexão. Os próprios padrões imagéticos fazem com que o conteúdo, ou seja, o que se pensa seja quase que totalmente deletado. Digo quase que totalmente porque ainda se salvam os valores - ou a moral -, sobre os quais ainda existe um pouco de reflexão.
Ainda assim, viver virou comum: não se percebe o quão incrível é estar em um mundo em constante movimento, que há muito tempo está em constante movimento; não se para mais para pensar o quão é fantástico saber da História e estar fazendo parte da História. Além de que, apesar de todas as adversidades da contemporaneidade, vivemos numa época de novidades sem precedentes. Antagonismos nunca foram tão visíveis: o mundo nunca esteve tão unido e, ao mesmo tempo, nunca tão separado. As desigualdades e as semelhanças aumentam proporcionalmente.
Falando-se de história mundial, encontramo-nos mais uma vez num período de decisão. É agora que se faz necessário pegar tudo que há de bom nessa contemporaneidade e potencializar. Mas, uma coisa se sabe muito bem: sem o poder da reflexão e do pensar, absolutamente nada poderá ser feito.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Sofia e o amor

A casa encontrava-se vazia desde então. Sofia, tão obscura quanto tudo o que estava vivendo, abriu a porta e encontrou o silêncio. Eis o que ela precisava: o silêncio. Nada mais.
Pôs sobre a mesa as compras que fez, jogou sua bolsa em um canto qualquer da sala. Deitou-se no sofá e pôde garantir que não sentira sensação tão confortável há pelo menos um ano. Isto a fez lembrar do que vivera há um ano atrás.
Realmente, há um ano atrás Sofia estava satisfeita. Simplesmente satisfeita. O que é fantástico, já que a insatisfação é o eterno sentimento humano.
Agora ela estava sem suas partes. Não mais se reconhecia em seu próprio corpo e sentia a alma repicada. Sofia estava vazia.
Pensou que talvez fosse aquele homem, cujos danos causados a seu psicológico e emocional superam a maior das crueldades. Concluiu por fim que fora mesmo aquele homem, e infelizmente, por concluir, percebera também que ele ainda a habitava. O que era bom: ela não estava vazia. O que era ruim: ela necessitava, definitivamente, tirá-lo de dentro de si.

sexta-feira, 6 de março de 2009

bobagem pouca

Nada no plano da razão poderá explicar o que houve. O que foi eu, o que foi você, o que fomos nós. Mesmo que, praticamente, não tenhamos sido, fomos. Fomos um erro, eu sei; um erro emocional e carente. Um erro necessitado, dependente. Fizemos um do outro fetiches, objetos de desejo. Projetamos um no outro o que imaginávamos ser exatamente aquilo que queríamos. E no final, estávamos certos: felizmente ou infelizmente, tudo não passou de um sonho.
(alguma coisa acontece no meu coração)

Fixação

Vendo aqueles cabelos negros, enrolados;
Aqueles braços fortes, marcados;
Aquele anel ao dedo: enlaçado.

Ela se perguntava: hei de me perder outra vez?

Help!

Eu não sei mais escrever.

Sociologia X Senso Comum

A observação e o estudo do mundo em que vivemos pode ser feita de maneiras diversas. Há pessoas, por exemplo, que baseiam suas opiniões sobre a sociedade que lhes abriga em dados cientificamente confirmados. No entanto, existem pessoas que optam por enxergar o mundo em que vivem através de seus próprios olhos, criando assim conceitos particulares e uma definição de mundo própria, sem quaisquer outras fontes de confirmação senão o próprio indivíduo.

O que muitos chamam de "achismo" ou de "ciência particular" é formalmente chamado de Senso Comum. A sociologia, conhecimento e estudo científico da sociedade formulado através de pesquisas históricas e pesquisas de campo, é antagônica ao senso comum. Isto ocorre no momento em que as teorias sociológicas são baseadas em pesquisas científicas, ou seja, em que são confirmadas através de todo um processo de observação e resgate de informações históricas.

Tomemos como exemplo uma situação social: numa cena de assalto,em que o assaltante é negro encontram-se dois observadores. Um deles, baseando-se apenas no senso comum, afirma: "O negro é assaltante porque tem preguiça de trabalhar". Contrapondo-se ao senso comum, ou seja, baseando sua afirmação em dados históricos e sociológicos, o segundo observador rebate: "Na verdade, o assaltante é negro devido às conseqüências de um processo de exploração chamado escravidão".

Como se pôde observar, a necessidade de confirmação de hipóteses mostra-se essencialmente presente na sociologia ou em qualquer outro estudo científico. Eis aí o que difere a sociologia e a ciência em geral do senso comum: a necessidade de uma base sólida, obtida através de pesquisas, para comprovar teorias.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

odaxelagnia

ele me mordia, incessantemente me mordia, em todas as partes de meu corpo; começara pelo braço, passara por meu pescoço - onde eu quase morro de calafrios, meus seios, minhas mãos; agora estava em minhas pernas, e eu sentia tudo aquilo com raiva, mas com um prazer muito maior; na verdade eu não sabia descrever muito bem o que sentia.
até que em um certo momento ele parou. estava nos meus pés. subiu devagar até encontrar meus olhos. sorriu para mim. me encarou durante horas, e eu fiz o mesmo. só retribuí.
ele me beijou. inesperadamente, rompendo o que havíamos prometido, ele me incitou a paixão. agora eu estava rendida. o beijo como eu havia lhe falado era o proibído. se sexo era o que queríamos, o teríamos; mas sem beijos. e ele me beijou. e eu me apaixonei. e aqui estou assim, doente, até hoje.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Não é novidade:

Eu te amo, e todo o mundo sabe.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Eu não te amo

"Eu nunca sonhei com você. Nunca fui ao cinema. Não gosto de samba, não vou a Ipanema, não gosto de chuva nem gosto de sol.
E quando eu lhe telefonei, desliguei. Foi engano. O seu nome eu não sei. Esqueci no piano as bobagens de amor que eu iria dizer.

Eu nunca quis tê-lo ao meu lado num fim de semana. Um chopp gelado em Copacabana, e andar pela praia até o Leblon.

E quando eu me apaixonei não passou de ilusão. O seu nome eu rasguei, fiz um samba-canção das mentiras de amor que aprendi com você.
E quando você me envolver nos seus braços serenos eu vou me render, mas seus olhos morenos me metem mais medo que um raio de sol..."

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Só pra matar um pouco a saudade...



Vai ser difícil, vai
Encontrar
Um amor
Como o seu

Ai, como dói...
No meu peito
O seu gosto.
é bem do jeito que eu gosto,
bem do jeito...

Lamento.
Que é só mais um lamento,
entre tantos já feitos
Quisera, desse jeito
Lembrar de outros tempos
Só pra matar um pouco a saudade
Mesmo assim,
Querendo que você não ouça
Meu grito aqui de longe,
Minha dor,
Meu lamento...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

El Miedo

"Eu quis amar, mas tive medo
E quis salvar meu coração
Mas o amor sabe um segredo:
O medo pode matar o seu coração"

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Olhos nos Olhos



Quando você me deixou, meu bem, me disse para ser feliz e passar bem... Quis morrer de ciúme. Quase enlouqueci. Mas depois, como era de costume, obedeci.
Quando você me quiser rever já vai me encontrar refeita, pode crer. Olhos nos olhos: quero ver o que você faz ao sentir que sem você eu passo bem, e demais. E que venho até remoçando, me pego cantando sem mais, nem porquê.
Tantas águas rolaram... Quantos homens me amaram bem mais - e melhor - que você.

Quando, talvez, precisar de mim: você sabe que a casa é sempre sua, venha sim.
Olhos nos olhos: quero ver o que você diz. Quero ver como suporta me ver tão feliz...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Quanto mais apanho, mais vontade sinto de surrar

É se fodendo que a gente aprende a foder os outros.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Duas Vezes Eu

Mesmo que eu não queira, teus olhos ficarão marcados. Não apenas porque são verdes, mas principalmente porque são lindos. Na verdade, você é lindo. Todo o seu conjunto. Tua beleza é o que mais pesa quando sinto saudades, e quando me arrependo. Arrependimento porque você é duas vezes eu. Porque nós dois somos impossíveis, infelizmente impossíveis. Fomos uma mentira, somos uma mentira e vamos continuar sendo. Tudo o que posso te pedir é o perdão. E assim, envergonhada, com a cara no chão, me sentindo pior que qualquer vilão de novela das 8, tento me redimir.
Me perdoa?

"Nos teus olhos também posso ver as vitrines te vendo passar..."