sexta-feira, 24 de abril de 2009

Educação & Consciência

Ando meio confusa ultimamente em relação a um tema especial que, querendo eu ou não, faz parte do meu cotidiano: educação. Mas o que seria educação, afinal? O que a educação realmente significa?
Bem, estou lendo um livro com o qual me identifico bastante, "Educação do Homem Integral", de Huberto Rohden. Falecido em 81 (eu nem sonhava em nascer), foi educador, filósofo e teólogo. Tirando essa última profissão, as duas primeiras muito me interessam.
Rohden escreveu em 69 a primeira edição do livro, que serviu de uma certa forma como "instrução filosófica" para o educador. No entanto, depois de alguns anos de experiências e reflexões, reelaborou o seu conteúdo. Como o próprio diz, na "Explicação Necessária", deixei de parte o programa oficial da alo-educação, legal e social, e me limitei à auto-educação individual. Ou seja, ele concluiu que a educação só é possível partindo de si para si, e não do outro para si. Perpassa por aí a questão da consciência.
A educação que vigora nos dias de hoje é apoiada em duas bases: moral e ciência. Igreja e Estado. Instrução. Educação é instrução? Não. Educação vai muito além do "saber como seguir no mundo". Como se virar. Educação é aquilo que faz o homem se conhecer por completo, saber de sua existência, de seus medos, de sua essência. É a compreensão dele mesmo e do mundo que o cerca. Então, questiona-se: há hoje em dia uma verdadeira educação?
Com uma sociedade apoiada nos pilares positivistas, uma educação integral não é possivel. Educação, etimologicamente falando, significa "promover o diálogo". Diálogo? Hum, na maioria das instituições escolares essa palavra é desconhecida. Até porque, vejamos, a competição está aí. Tempo é dinheiro. Dialogar gasta tempo, logo, gasta dinheiro. Creio que os grandes empresários e e seu belíssimo sistema não querem isso, não é? Sem falar que, dentre outros benefícios, o diálogo também gera consciência. E, pfff, consciência? Nos dias de hoje? "A ignorância é uma bênção", não? Quanto mais se vê, mais se sofre. Melhor ser um capacho dos conglomerados capitalistas.
Tem-se em vista então que toda essa problematização acerca da educação não se trata de um simples problema estrutural, mas sim de questões que estão intrinsecamente ligadas. Não é possível modificar a educação sem antes modificar a sociedade. E não se modifica a sociedade sem antes modificar o homem. O que modifica o homem? A educação, a consciência. Temos aqui um problemão, não?