quinta-feira, 23 de julho de 2009

Mijo Reciclado

.............................................................Fonte: UOL imagens

Minha revolta com o mundo moderno e sua cultura de ostentação não vem de hoje. Desde pequena, assistindo à não popular mas consicente TV Cultura, eu já demonstrava meus questionamentos e inocentes alfinetadas a essa cultura que com certeza gasta mais com maquiagem que com saneamento básico. Agora há pouco, assistindo ao estúpido Jornal Nacional, da mais estúpida ainda emissora Globo, me deparei com uma notícia que, apesar de já ter sido apresentada como uma previsão - assim como tantas outras, vide aquecimento global - em Não Verás País Nenhum, de Ignácio de Loyola Brandão, me surpreendeu: os astronautas hospedados no espaço há não-sei-quantos meses desenvolveram o que há de mais hi-tech: mijo reciclado. Arram, eles bebem - e, daqui a algum tempo, nós beberemos - mijo reciclado.
Vamos recapitular?

"
'Se está apertado, vá ao Posto Apropriado', diriam (...) Os postos apropriados correspondem aos antigos mictórios públicos, reconcidcionados, cheios de sofisticada maquinária própria.
(...)Os postos dão conforto, você fornece a urina. Para freqüentá-los é necessário um exame médico rigoroso, análise detalhada dos rins e da bexiga. Comprovada sua boa saúde, o cidadão privilegiado recebe a Ficha de Utilização para o Posto Apropriado, FUPA.
A sua urina é comercializada. Com a falta de água, aparelhos recolhem a urina saudável numa caixa central, onde se procede à reciclagem. Há mistura, tratamento químico intenso, filtragem, purificação, refinamento, transformação. A urina retorna branca, pura, sem cheiro, esterilizada. Dizem que dá para beber."
Trecho de "Não Verás País Nenhum" , pg. 33 - Ignácio de Loyola Brandão

Eis o processo de transformação de mijo em água. Água de beber. De beber?
As extravagâncias e a falta de consciência do mundo moderno, estas por sua vez estimuladas pela tecnologia a cada dia mais avançada, criaram um cenário catastrófico. Fedor, calor, caos. Comida artificial, mijo reciclado. E alguns anos antes, mais precisamente em 2009, o Jornal Nacional comemora a descoberta da "nova água" que, como outras descobertas espaciais (ferramentas movidas a bateria, relógio digital) provavelmente será utilizada pela humanidade, se seguir o mesmo tempo das outras invenções, daqui a uns cinqüenta anos. Bom, o meu maior desejo, neste momento, é morrer aos sessenta e sete.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

To love is to suffer


"Natasha, amar é sofrer. Para evitar o sofrimento, não se deve amar. Mas, então, sofre-se de não amar. Portanto, amar é sofrer... Não amar é sofrer... Sofrer é sofrer. Ser feliz é amar. Para ser feliz, então, deve-se sofrer; mas o sofrimento nos torna infelizes. Então, para ser feliz deve-se amar, ou amar para sofrer, ou sofrer de tanta felicidade."

Trecho de "Love & Death" - Woody Allen

sábado, 4 de julho de 2009