domingo, 19 de setembro de 2010
"Faz sentido?"
Não faz sentido este mundo. Digo, pode até um dia já ter feito, mas o que me parece é que, com o passar dos séculos, foi-se esquecendo a coesão entre os humanos. Numa época em que é "aceitável" matar-se a facadas, não há por quê esperar coerência, nem tampouco justiça. O que dizer? Se as notícias vêm cruas, inesperadas? Contundentes como facadas. Mas quem sou eu pra dizer como seria senti-las? Resta-me apenas penar por aqueles que as sentem (ou sentiram...) atravessar.
sábado, 4 de setembro de 2010
Abrigo?
A mesma música. O mesmo cheiro de sempre. O mesmo jeito de dirigir, devagar, por aquela cidade que era muito mais dele do que minha.
— César...
— Diga.
— Você tem um coração?
— Sim.
— A quem ele pertence?
Silêncio. Esperei, deixei-me fragmentar e me perdi em seu corpo. Passeei por seu rosto, seus olhos cansados. Seu nariz bem desenhado e levemente côncavo, com narinas tão pequenas... Sua boca, vermelha apesar da cor da pele. Sua barba mal feita.
Desci pela blusa suada, alguns pêlos brancos. Os seus braços morenos e velhos de guerra. Suas mãos, muito mais sábias que as minhas. A sua calça suja de giz. O seu colo, o último botão de sua blusa. A quem, César?
— A mim.
— César...
— Diga.
— Você tem um coração?
— Sim.
— A quem ele pertence?
Silêncio. Esperei, deixei-me fragmentar e me perdi em seu corpo. Passeei por seu rosto, seus olhos cansados. Seu nariz bem desenhado e levemente côncavo, com narinas tão pequenas... Sua boca, vermelha apesar da cor da pele. Sua barba mal feita.
Desci pela blusa suada, alguns pêlos brancos. Os seus braços morenos e velhos de guerra. Suas mãos, muito mais sábias que as minhas. A sua calça suja de giz. O seu colo, o último botão de sua blusa. A quem, César?
— A mim.
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