Caetano Veloso
quarta-feira, 30 de julho de 2008
segunda-feira, 28 de julho de 2008
domingo, 27 de julho de 2008
sábado, 26 de julho de 2008
Incerto
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Através do Espelho
Marília: era isto mesmo o que queria? Ou desejava o efêmero?
Decidiu olhar-se no espelho por uns instantes, tentando decifrar a si própria, Se questionava ao mesmo tempo em que desprendia os cabelos e penteava-os com aquela escova que, para ela, equivalia a todo um banho, olhava nos próprios olhos e achava-os incrivelmente parecidos com os dele,
Em meio a devaneios a angústia não lhe saía da cabeça, não sabia o que queria, Ou sabia?
Parou de escovar-se, Guardou na sua caixa branca todo aquele emaranhado confuso de efemeridades e cheiros - só não a sua lembrança cotidiana - , apagou as luzes, deitando sua cabeça no travesseiro sempre tão macio e descansando as pernas como se tudo aquilo fosse eterno, ligou o rádio para ouvir aquelas mesmas músicas de sempre que lhe faziam dormir como anjo, como se esperasse mesmo que aquele momento tão dela e tão dele fossem só deles, como se os dois fossem um só, Na verdade ela o queria ali naquele momento, mas só tinha o cotidiano, os cheiros confundidos e a memória já quase desconsertada de tanto se lembrar daquelas velhas e desgastadas cenas
.
Nua e Crua
Vem, sem mentir pra você
Vem, mas vem sem fantasia
Que da noite pro dia
Você não vai crescer...
Vem, por favor não evites
Meu amor, meus convites,
Minha dor, meus apelos...
Vou te envolver nos cabelos
Vem perder-te em meus braços,
Pelo amor de Deus!
Vem que eu te quero fraco,
Vem que eu te quero tolo,
Vem que eu te quero todo meu..."
Chico, o Buarque - Sem Fantasia
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Tanto Mar
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Ausência (ou As Cores)
Enquanto sentia-se aquecida pela luz do sol, ela não sabia direito distingüir aquele sentimento que lhe acelerava e expremia o coração. Parecia uma mescla de saudade e carência; não só saudade, mas uma vontade de apertar, de abraçar, de ver, de consumir. De contemplar, enfim.
Não conseguia tirar da memória aqueles olhos grandes, tão bonitos, nem o jeito doce e forte de abraçar, nem o cheiro que parecia ter ficado impregnado em suas narinas.
Ela sentia falta, isso era fato. Só faltava descobrir, ainda, se aquilo que sentia era mesmo saudade.
Modelo da foto: Lorena Bastos
terça-feira, 22 de julho de 2008
segunda-feira, 21 de julho de 2008
As Cores
Between The Bars
E eu me encanto tão intensa e rapidamente que chega me amedronto. Fraquejo, desconfio. Mas sou eu: tento me trancar e fugir de tudo o que me vem à tona, e, eu mesma, ao dizer 'não', me abro, novamente.
A velha nova menina parece ter voltado.
Insensatez
Há poucas coisas que o comovem ultimamente. Nem as mãos entrelaçadas, nem os olhos nos olhos, nem as palavras que sofrem repousadamente nos pedaços borrados de papel. Nem as músicas, por mais tristes ou alegres que sejam, conseguem arrancar-lhe lágrimas ou sorrisos. O onirismo, sempre tão constante em seu cotidiano, agora não se faz tão presente. Sempre que há um início, a sua consciência, fria e cética, defende-se, expulsando qualquer tipo de sonho, de ilusão, de contato com o que fica hospedado no seu inconsciente e só se manifesta na hora do sono.
Apesar do ofuscamento nessa sensibilidade que - tenho certeza - o habita, ele há de voltar a ser o mesmo homem que se encantava com o meu olhar e com minhas cartas, com todas as flores que eu insistia em lhe entregar e com todo o amor que, durante muito tempo, deixei guardado dentro de mim.
You Know I'm No Good
Recomeço
Ela e sua janela, querendo
Com tanto velho amigo
O seu amor, num bar,
Só pode estar bebendo...
Mas outro moreno
Joga um novo aceno
E uma jura fingida...
E ela vai, talvez,
Viver d'uma vez
A vida..."
Chico Buarque de Holanda - Ela e Sua Janela