sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

(saudade)

"Saudade" era a palavra estampada no pára-lamas do caminhão. Melancólica, sentiu-se estranhamente uma máquina por estar tão próxima dos sentimentos de um automóvel: a saudade também a habitava.
"Tão sozinha", ela pensava. "A saudade, no caminhão, está tão sozinha quanto eu". Podia vê-la vagando por entre as rodas enquanto o bicho-máquina, gigante e escuro, estacionava ainda à sua frente e impedia a passagem. Mas ela sentia-se estranhamente confortável, apesar das lágrimas que escorriam involuntariamente de seus olhos. Estava só, mas não vazia. Como já dissera, feliz ou infelizmente, a saudade a preenchia.

Um comentário:

Sarah K disse...

Lindeza... Te amo!

:-)