sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Primeiro

Enquanto ela imaginava-se nas mais diversas aventuras, não lhe fugia à cabeça aquele mesmo homem que a vinha atormentando há tanto tempo. Desde a primeira vez que o viu, não conseguiu tirar da memória aquele olhar tão provocativo, que atacava-a como que com sete pedras, sem nem pedir-lhe licença. Invadia sua privacidade e seus desejos mais íntimos aquela voz tão bem modulada que chegava certas vezes ao ponto mais alto de sensualidade que se pode alcançar. O modo como fazia-se presente, sempre exalando sexualidade, a deixava fora de si. O homem parecia ser a luxúria encarnada; de modo algum parava de atormentá-la em seus devaneios. Ela cansava-se, expulsava-o de suas idéias, evitava vê-lo, mas nenhuma das tentativas era certeira: o conjunto da voz sensual e às vezes tão bela, do olhar que a devorava e da sexualidade quase viva a artomentava como se aquele homem se fizesse presente em todas as suas travessuras e em seus momentos mais íntimos.

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