quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Olhos nos Olhos

De início ela não dava tanta importância àquele que causava suspiros em todos os tipos de mulheres. Via-o somente como mais um cumprindo seu dever em meio a tantos outros.
Apesar de simpatizar com seu jeito e notar seu modo diferente de ser, custou um bom tempo para que notasse sua beleza, que para tantas outras já era óbvia.
Seu encanto começou com um olhar. Um olhar, somente. Num momento em que os dois estavam próximos, seus olhos se encontraram. E ela derreteu. Por segundos apenas, mas derreteu. Algo de diferente acontecia, ela pensou, enquanto ele fixava o olhar e ao mesmo tempo o desviava.
Dias se passaram, e seu encanto crescia. Nunca tinha se apegado a um olhar daquele modo. Só sabia pensar nos momentos de encontro, e enquanto estava com ele não fazia outra coisa se não fixar seus olhos nos dele.
Ele, com o tempo, parecia notar todo o jogo. Não era bem um jogo, mas sim uma atmosfera estranha, afrodisíaca. Ele mostrava-se envolvido, chegava perto, olhava fixamente nos olhos dela, freqüentemente. Sorria, sorria lindo, sempre que os olhares se encontravam.
Certa vez, depois de tanto encontro entre os olhares, resolveram não desviá-los e deixá-los fixos. Eis que ocorreu uma atração mútua, repentina, e os dois se aproximaram. Primeiro, enquanto os olhos continuavam fixos uns nos outros, encontraram-se as mãos. Em seguida, os braços. No instante máximo, aquele que precede o esperado há tanto tempo, há a face a face. Os segundos de silêncio. Os pensamentos a mil. E, finalmente, o encontro dos lábios. Ela há tanto tempo sonhava com isso, algo que parecia tão inalcançável. Não conseguia acreditar, mas havia acontecido: seus corpos finalmente e, por fim, se encontravam.

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