quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Parte Dois - A Interrogação

Resolveu se manifestar. Encarando-o, sorriu. Ele retribui com outro sorriso e um aceno. Em seguida, gesticulando com as mãos, chamou-a para ir à sua casa, à sua varanda. Ela não soube o que responder. De repente, como num estalo, veio-lhe ao peito uma sensação sufocadora, tornando sua respiração ofegante e enchendo seus olhos de lágrimas. Saiu correndo de sua janela e foi ao banheiro, onde encarava a si mesma no espelho enquanto jogava água em seu rosto. O sufoco cessou. Agora, depois de tudo passado, tentava procurar em si mesma o motivo do repentino furacão. Quando pensava no homem, concluiu, vinha-lhe uma senação horrível. Flashes de lembranças, muito rápidos, passavam por sua cabeça. Resolveu, então, voltar à janela.
Ele não estava mais lá. Assustada, ela só pensava em dormir, a única vontade que tinha no momento. E tinha também uma certeza: algo entre eles havia ocorrido. Não se conheciam apenas por serem vizinhos de janela...

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